30 de abr. de 2011

Piada sem graça



O Fernando Bassette, do Jornal O Estado de S. Paulo, publicou uma matéria muito interessante sobre o aumento de 5.000% das ações contra o governo, para custeio de medicamentos de alto custo (leia aqui).


De acordo com a matéria, foram gastos cerca de R$132 milhões para compra de medicamentos, solicitados através de ações judiciais, com algo em torno de 3,4 mil ações judiciais impetradas no ano de 2010.


De acordo com a reportagem, este valor equivale a 1,8% do orçamento para a área da saúde, mas que numa análise simplista, não representa quase nada, tendo em vista que cerca de 8% da população é portador de algum tipo de doença rara. Além disso, ao se comparar o custo efetivo de cada um dos 70 deputados (algo em torno de R$2 milhões/ano cara um) e 81 senadores (mais de R$1,7 milhão/ano para cada um), fecharemos a conta do congresso em mais de R$275 milhões gastos anualmente, o que dá uma média de R$1,8 milhão por parlamentar, contra R$39 mil por paciente.


Lembro que em 2008 o governo tentou acabar com o que eles chamavam de "máfia das ONGs/Laboratórios", julgando ser um grupo isolado de associações, médicos e advogados fajutos que deram algum prejuízo ao governo (algo que existe em todas as áreas), e tirar da população a garantia de poder fazer valer o direito à vida. 


Por sorte o presidente do STF na época, Ministro Gilmar Mendes, acabou sendo iluminado, convocou uma audiência pública e constatou que as ações judiciais contra a saúde, em sua grande maioria, eram de pessoas idôneas e que realmente precisam dos remédios preteridos.


Meu desejo é que se gaste cada vez mais com saúde. Que as ações cresçam mais 100.000% se preciso for, até que o governo tome uma atitude séria e acabe de vez com essa dificuldade  de conseguir remédios e tratamentos para as doenças raras. Que a população se fortaleça e se informe cada vez mais, para que as conquistas sejam reais e plenas, forçando o governo a mudar sua posição em relação à real necessidade e não apenas medidas paliativas.

24 de abr. de 2011

O Óleo de Lorenzo


Hoje assisti o filme 'O Óleo de Lorenzo' e recordei o meu dia-a-dia, na luta com muitas famílias que têm filhos com algum tipo de doença rara.

Só quem passa por isso sabe realmente como é: as lutas, as dificuldades, as dores em ver seu ente querido sofrer sem ter uma explicação lógica ou científica, as burocracias e entraves e a infraestrutura pecária, principalmente no Brasil, de acesso ao tratamento, à informação. à saúde...

Em muitos casos, além de sofrer tudo isso, a família ainda é obrigada a conviver com o preconceito das pessoas, com o desconhecimento, com a ignorância, com o desdém, com a incapacidade de ser humano, de compartilhar afeto, atenção, compreensão...

Para os que nunca passaram por essas situações, meu conselho é que assistam ao filme e compartilhem um pouco desse sofrimento. Que vejam um pouco além de "sua caixa" ou de "sua janela".

Para os que já viram, tentem recordar as cenas e pensem um pouco nos parágrafos anteriores.

O filme está na integra no Youtube, no link abaixo.

Assista e compartilhe com outras pessoas.




22 de abr. de 2011

Ser oposição



"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".
(Rui Barbosa)
Recebi este texto que dizem ser de autoria de Ruy Barbosa. Apesar de já batido pelas mensagens que vão e que vêm nos e-mails, blogs e futilidades afins, mais do que nunca retrata a atualidade na política nacional, de um texto com praticamente cem anos (dizem ser de 1914) e que, desde sempre, percorre os percalços de nossa nação, é tão atual, tão verossímil com nossa realidade.

Para Ruy Barbosa, a grande decepção de sua vida foi trabalhar em vão para mudar a realidade brasileira. Isso pode ser visto muito bem em sua biografia, como na reflexão feita no discurso “Oração aos moços”, em que se mostra vencido quando diz “Desde 1892 me empenhava eu em lutar com esses mares e ventos. Não os venci. Venceram-me eles a mim.”.
A cada dia penso no que vem acontecendo à política no Brasil: a tentativa desenfreada, o lulopetismo em erradicar a oposição, seja ela qual for!
Acabei de ler o polemizado texto de Fernando Henrique Cardoso, intitulado “O papel da oposição”, que foi escrito originalmente na década de 1970, e me lembrei de uma célebre frase de Eça de Queirós “Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão”.
O texto foi duramente criticado e muito mal interpretado pela imprensa, mas não existe verdade maior do  que a feita por FHC ao questionar o principal partido de oposição em relação ao seu papel atual na política atual. Atualmente, o PSDB não faz nada além de bater cabeça, tentando esconder seu glorioso passado.
No passado, Ruy Barbosa era a oposição tentando mostrar o que realmente seria bom para o desenvolvimento do país. Era objetivo, prático e tinha um posicionamento correto como oposição: sabia o que queria e o que era importante. Hoje a oposição está perdida, confusa, sem valores e sem discurso ou proposta, sem posicionamento de como deve ser o Brasil.

Certa vez, o ex-presidente de Portugal, Mário Soares, disse uma verdade: “Um governo precisa de uma oposição forte e estruturada, porque, senão, o governo pode dizer que não há alternativa e que pode fazer o que quiser.”.

Espero que com esse “chacoalhão” de FHC, a oposição reconheça seu papel e o faça decentemente.

14 de abr. de 2011

Vaga de emprego na Secretaria de Agricultura de SP


Desde dezembro de 2010, quando o atual secretário em exercício (?), João Sampaio de Almeida Filho, resolveu que deixaria a pasta, os funcionários, produtores rurais, partidos políticos e a imprensa vêm questionando quem seria seu sucessor.

Na época, o recém eleito governador Geraldo Alckmim, convenceu Sampaio a continuar na pasta, mas depois de muitas discussões e matérias na imprensa sobre um possível sucessor, ele (Sampaio) acabou decidindo em meados de março que realmente deixaria a pasta.

Desde então, na Sede da SAA não se fala em outra coisa que não seja sobre o assunto. O desânimo é latente nas pessoas e a ansiedade toma conta desde o alto escalão até o mais simples funcionário.
                

Dizem até que, assim que for escolhido o novo Secretário, da mesma forma como acontece num conclave para escolha dos papas, será dado um sinal de fumaça branca na chaminé da lanchonete (foto acima), com o funcionário mais velho da SAA comunicando em latim “habemus secretarium”.

Vamos acompanhar!

8 de abr. de 2011

Novidades da semana




Esta semana, surgiram algumas novidades na área da saúde, como a apresentação do projeto de lei para criação do dia nacional de doenças raras, apresentada na Comissão Permanente de Direitos Humanos e Legislação Participativa, pelo Senador Eduardo Suplicy (informação da minha amiga Adriana Dias, do Instituto Baresi).

Outra boa notícia é que o dia internacional do hemangioma (15 de maio) está bem próximo. E nós da Abraphel resolvemos fazer dois eventos para comemorar esse dia: o workshop sobre hemangiomas e outras anomalias vasculares para pediatria, voltado para médicos e profissionais da rede pública de saúde, que será realizado no dia 14 de maio, na Câmara Municipal de São Paulo. O outro evento é o nosso famoso encontro dos pacientes, familiares e amigos com hemangiomas e linfangiomas, que está em sua sétima edição e será realizado no dia 15 de maio (domingo), com local ainda a ser definido.

O tempo passa, o tempo voa...


Quem tem um pouquinho mais de 30 anos deve lembrar da musiquinha do comercial do Banco Bamerindus "O tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus continua numa boa...". Pois até o Bamerindus voou e nem existe mais, pois foi comprado pelo HSBC.

Mas esse post não é para falar de Bancos e, sim, para falar do tempo que voa demais pois quando menos olhamos, já estamos no segundo trimestre do ano, mas a sensação é que o natal e ano novo parece que foi na semana passada.

As notícias dessa primeira semana quase que me passaram despercebidas: em economia agrícola, tivemos o fechamento da quadrissemana do mês de março, que encerrou em alta de 3,32%, seguindo o ritmo de alta que vem a muito tempo, para tirar o sossego dos assalariados como eu. A duas semanas, tivemos o fechamento da balança comercial dos agronegócios paulista do primeiro bimestre do ano, que também fechou em alta (16,8%), apesar de ter ficado abaixo da média brasileira (30,2%).

Outro artigo que chamou bastante atenção da imprensa na semana passada, foi a representatividade das exportações do agronegócio dividido por regiões, onde tirando o município de São Paulo que encabeça a lista, tivemos Araraquara, Jaú e Barretos nas primeiras colocações, com participações de 7,98%, 7,68% e 6,25% respectivamente.