9 de ago. de 2009

O desafio de Eric Schmidt


Ao ler o artigo "O desafio de criar novas regras" do CEO do Google, Eric Schmidt, me fez pensar umas coisas que parece meio ficção, mas que na verdade já é nossa realidade pura e crua: a Era da Informação é a mais sinistras de todas que se tem conhecimento na história.Nunca foi tão fácil encontrar informações sobre uma pessoa, empresa, negócio... praticamente ninguém está imune nesta era.

Comentei no post vigiados sobre a comparação do filme "Inimigo do Estado" e o fato de sermos monitorados constantemente, inclusive por tecnologias utilizadas no comércio cuja finalidade é a "fidelização" de clientes.

Em seu artigo, Schmidt fala sobre a necessidade de se criar novas regras através da autorregulação dos mercados. No entanto, essa teoria me parece distante da realidade que presenciamos, mesmo porque o que dita regra nos mercados é o lucro e para chegar nele, as pessoas fazem "qualquer negócio". Um exemplo são os títulos imobiliários podres das instituições financeiras americanas que culminou na crise financeira atual.

Acho que a regulação de mercados, em toda e qualquer circunstância, deve vir do governo, pois a este cabe estabilizar os interesses entre o mercado e consumidores. Como exemplo, podemos citar o mesmo caso de instituições financeiras. No Brasil, onde a regulação é feita pelo Banco Central, seria muito difícil acontecer um episódio como o ocorrido na economia americana. O cerco aos bancos e instituições financeiras aqui é bem fechado, enquanto que lá o mercado ficava ao "D´us dará". No Brasil, um golpe no estílo Maddof seria mais difícil de acontecer, pois a política de regulação do Banco Central é bem completa e muito ágil na fiscalização de instituições financeiras.

É de se concordar com o autor quando diz da morosidade da legislação diante da rapidez com que a tecnologia se desenvolve e revoluciona o modo de vida da sociedade. É impossível aguardar 10 ou 20 anos em torno de uma discussão, quando se sabe que o que existe hoje em um ou dois anos pode não existir mais. A segurança da sociedade está em jogo e, não atentar para isso é dar um tiro no pé quanto ao futuro das nações, elucidando o comentário de Schmidt, que revela o prejuízo que tal morosidade pode causar.

Acho que a criação de agências reguladoras de serviços de internet vinculadas ao governo, porém com autonomia de decisão e imposição de penalidades e mesmo de criação de regras, seria uma saída muito interessante para acompanhar os serviços de tecnologia não só na preservação da privacidade, como também de muitos outros quesitos relacionados à internet que necessitam da mesma agilidade de decisão.