23 de fev. de 2012

A gente não quer só comida

 

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Recentemente, foi notíciado que o Brasil investirá US$2,37 milhões em uma ação em parceria com a FAO/ONU - presidida atualmente pelo ex-ministro do governo Lula, José Graziano - em um projeto semelhante ao Fome Zero - idealizado pelo mesmo Graziano.

Não entrarei no mérito se a iniciativa é boa ou não, mesmo porque este projeto tem como base um programa que popularizou demasiadament o ex-presidente Lula, mas no frigir dos ovos – e na minha opinião - não teve um resultado significativo, e em nenhum momento foi diferente dos programas que os governos anteriores adotaram, para tamanho sucesso mundo afora.

No entanto, quando se fala em custeio de tratamentos para doenças raras, cada pedido soa como frase de baixo calão para o governo. Aliás, para boa parte dos especialistas do Ministério da Saúde, as associações de pacientes e os laboratórios privados são máfias e se articulam apenas para se apossar do dinheiro público – alguns deles falam isso com tanta veemência que quem está de fora acredita que Mario Puzo inspirou-se em nós para escrever sua obra “The Godfather”.

Mas será que o governo tem razão em reclamar do gasto público com atenção à saúde, principalmente no quesito “medicamentos de alto custo”?
De acordo com dados oficiais, o governo gastou em saúde pública no ano de 2008 o equivalente a 3,6% do PIB, enquanto países como Alemanha, Reino Unido, Canadá e Espanha gastaram 6% do PIB. A propósito, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) recomenda que os investimentos em saúde representem 6% do PIB. Para alguns cronistas, o Brasil é o lanterna em investimento na área da saúde, uma vez que muitos países da América Latina investem quase o dobro.
Está circulando a alguns anos o projeto da Emenda Constitucional n. 29, que obrigaria o governo a investir mais em saúde pública. Acontece que o projeto sai da Câmara, vai para o Senado, depois volta para a Câmara, num vai e vem frenético.

Por último, o que mais interessaria na tal emenda era a obrigação do governo em investir 10% do orçamento total em saúde, foi desobrigada pela nova redação do Senado. Ou seja, voltamos a estaca zero.

Se entrarmos na questão das doenças raras - onde estima-se que 8% da população brasileira seja afetada por algum tipo de doença rara - teríamos uma longa discussão, principalmente quando contestarmos a falta de regulamentação da portaria que trata a genética no SUS.

Sendo assim, não há que se falar em investir na casa dos outros, se a própria casa está cedendo. Os dados expostos neste artigo dão conta de que a saúde pública como um todo está a beira de um colapso nervoso. O governo precisa investir além dos 6% recomendado pela Opas e mudar a forma de pensar, deixando o pragmatismo da despesa em favor do pensamento de investimento em saúde e no ser humano.

Um comentário:

  1. Bom Dia! Concordo plenamente, o governo deveria sim investir a cada dia na saúde da população brasileira, acada dia as filas so crescencem no SUS, seja para um simples ou complexo tratamento, qaundo falamos de doenças raras, não ouvimos falar de investimentos, agrademos pelos poucos médicos e especialistas que tem a descencia e a curiosidade de estudar as doenças raras e oferecer um pouco mais de informções as pessoas que as possuem, assim acalamando e direcionando em busca de um tratamento digno, e uma vergonha esse nosso gosverno, a saúde publica deveria estar estar juntamente com a educação em orçamentos a serem aprovados e investidos pelo governo.

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