14 de ago. de 2011

E porque hoje é sábado!

confusao_osho

 

“Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na Cruz para nos salvar.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.
Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.”

 

          Esta é a primeira parte do eterno poema ‘O Dia da Criação’, de Vinícius de Moraes. E porque ontem foi sábado, me dei o luxo de fazer algumas coisas que há muito não fazia, como não sair de casa e não ler qualquer coisa relacionado ao trabalho, apreciar algumas boas taça de vinho argentino (Finca La Linda Malbec), molhar o jardim no final da tarde e ter o prazer de sentir o delicioso cheiro de terra molhada, além de dormir até mais tarde, sem culpa do ‘pecado’.

          Na semana passada, fiz a mesma coisa. Com algumas atividades um pouco mais ‘formais’ para um jovem de 36 anos, aproveitei para dar boas baforadas em meu esquecido cachimbo, aproveitei para espiar algumas páginas do livro ‘A democracia na América’, de Alexis de Tocqueville, que comprei para meu amigo José Venâncio de Rezende, deslumbrando-me com o passado distante, quando as questões políticas eram mais ideológicas e menos financeiras.
Mas tudo isso para falar da importância do dia de ‘sábado’, o dia em que “o Senhor das Esferas” resolveu descansar após criar o mundo e tudo que nele há.

          Falar da agitação do dia-a-dia nem é preciso. Vivemos isso na carne há muito tempo... É um vai e vem frenético: os automóveis, as pessoas, a sociedade, o trabalho e tudo o mais. Mas como indivíduo, como ser humano, enquanto pai ou mãe, filho ou filha, marido ou mulher, precisamos desconectar do mundo, do trabalho, das pressões e não fazer nada, pelo menos por um dia na semana. Senão amigo, já dizia Vinícius em ‘Testamento’:

 

Mas você, que esperança...
Bolsa, títulos, capital de giro, public relations
e tome gravata!
Protocolos, comendas, caviar, champanhe
e tome gravata!
Um amor sem paixão, um corpo sem alma, o pensamento sem espírito
e tome gravata!
E lá um belo dia, o enfarte; ou, pior ainda, o psiquiatra!

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